terça-feira, 24 de maio de 2011

Dubois-Cinema

Apresentação- Arlindo Machado

Transformações vividas no cinema - Diante do cenário de importantes transformações tecnológicas, estéticas e ontológicas, o cinema enfrenta novos meios de experiências audiovisuais, como o vídeo, e meios digitais.

Alguns teóricos como Philippe Dubois vêm desenvolvendo reflexões sobre estas transformações do cinema. O autor Philippe Dubois é um dos principais pesquisadores da atualidade no campo da estética das imagens com contribuições decisivas na reflexão sobre a fotografia, o cinema, o vídeo e o domínio digital,refere-se aos audiovisuais, em alguns casos, como “rasos”, resultado de uma produção midiática, impulsionado pelo mercado.Afirma que o cinema é uma “espécie” de referência fundante para toda a experiência audiovisual.Nos remete a pensar sobre o vídeo como um momento intermediário entre o cinema e o computador.

Nas reflexões de Dubois encontra-se ainda trajetória das experiências em vídeo. No início produções para a tela de um monitor, de um modo doméstico, mas aos poucos ao contrário de outras formas expressivas, o vídeo apresenta-se de formas múltiplas e manifestando-se de diferentes formas, como instalações,esculturas,performances,intervenções,shows musicais e outras obras contemporâneas.Fato este, que observamos nas exposições e nas bienais, do MERCOSUL e na 29ª Bienal de São Paulo, onde o cenário das “vídeos artes” é comum nas obras apresentadas.Estas construções de vídeos podem ser efêmeras, em alguns casos construídas somente para determinado evento, e segundo Dubois de “difícil” resgate.Philippe Dubois conclui que o vídeo pode ser um conjunto de obras semelhantes ao cinema e televisão, com roteiros gravados com câmeras,editados e colocados para os leitores e m grandes ou pequenas telas.Outro papel do vídeo seria como “dispositivo”:um evento, uma instalação, ou uma intervenção ocupando um campo maior, indo além das telas, com uma interação maior dos espectador.

Característica da imagem vídeo- Dubois pensa o vídeo como ferramenta, como uma imagem, como uma forma visual, ou áudio visual que não pode se desvinculada do dispositivo para o qual foi construído. É um tipo de estética de imagem.Em alguma instalações, as imagens dos vídeos funcionam, “além das imagens”, com diferentes velocidades, o espaço-tempo,móvel-flutuante,indo além de um objeto de contemplação.O termo vídeo é muito popular no Brasil, mas é usado indiscriminadamente.O vídeo oferece como importante característica a oportunidade “ao vivo”, o que não acontece no cinema.Outra característica é com relação às edições,no vídeo podemos mexer muito mais com a imagem e criar outras imagens, através das sobreposições e das misturas.Temos também a capacidade de filmar por muito tempo com o vídeo, e não com o cinema que tem o tempo limitado pelo tamanho da película.No vídeo na escala de planos , praticamente não tem profundidade, porque sua resolução é baixa, e os detalhes da imagem vão se dissolvendo em direção ao fundo à medida que se deslocam, e também porque é raro encontrar um só imagem em seus quadros, o comum é imagens sobrepostas ou incrustadas umas nas outras.O vídeo é lugar de fragmentação da edição.O vídeo experimenta velocidades diferentes, produzindo imagens sintéticas a partir de outras imagens.Forma-se um espaço de intersecção entre a fotografia e o cinema..A profundidade no vídeo é uma “profundidade de superfície”, composta pela estratificação da imagem em camadas, um “relevo” construído pela tecnologia.

Cinema ensaio de Jean- Luc Godard- Nesta reflexão Dubois pensa o vídeo não com o objetivo de narrar ou registrar, mas seria como um pensamento, um modo de pensar, um ensaio audiovisual. O cinema é uma forma de pensamento, segundo Dubois ,”ele nos fala a respeito de idéias,emoções e objetos através de um discurso de imagens e sons tão denso quanto o discurso das palavras”.

Dubois afirma que Godard fez com a linguagem do cinema o que os filósofos fizeram com as palavras, um “pensar”. O cinema de Godard é uma proposta de interpretação do mundo,não há enredo,nem formas dramáticas, nem personagens que sustentem uma narrativa.Um exemplo, é” Duas ou Três coisas que eu sei Del de 1966?”, que tem como tema de reflexão o mundo urbano, o consumo e o capitalismo.Passa do figurativo ao abstrato, do visível ao invisível, indaga o que se passa nas cidades grandes e suas criaturas enclausuradas.

A obra da Godard trata de um cinema de vanguarda e polêmico. Trata de temas polêmicos, provocadores,dilemas e perplexidades do século XX.Adotou narrativas e filmou com a câmera na mão (1959),rompendo regras.Este cinema c carregar caracteriza-se pela mobilidade da câmera, pelos demorados planos, pela seqüência, pela montagem descontínua, pela improvisação e pela tentativa de carregar cada imagem com valores e informações contraditórias.Godard buscava expressão própria com rupturas entre imagens e diálogos, ritmos descontínuos e idéias no lugar de histórias.Segundo Dubois, Godard nos ensinou “ a pensar imagens”

Ele se guia por anotações em um caderninho, não por um roteiro, e sopra o texto aos atores na hora da cena. A atriz Isabelle Huppert estranhou ao atuar em Passion. Pediu explicações sobre a personagem e ganhou uma lição de vida. ''Não tente entender. Apenas sinta'', disse o diretor Godard.


Introdução – Philippe Dubois

O que é vídeo segundo Dubois – Vídeo é movimento. Uma forma de imagem e pensamento, o vídeo como um estado do olhar, uma maneira de ser das imagens.O vídeo não é um objeto mas um estado de imagem, uma forma de pensar o que as imagens são.O autor questiona sobre a possibilidade do vídeo possuir uma linguagem própria, uma identidade formal.,questiona as questões relativas a relação do vídeo com o espectador.As noções de espaço, profundidade de campo,montagem também são foco de reflexões.O vídeo seria uma forma que pensa, que pensa menos o mundo do que as imagens do mundo.

Vídeo e Cinema – o autor coloca uma comparação entre o cinema e o vídeo. O cinema tratado como “monumento” e o vídeo como frágil e “incerto”.O cinema percebido como modelo e pensamento da imagem tecnológica há bastante tempo e já materializada no nosso imaginário.O autor propõe uma leitura de percurso histórico no período entre o fim dos anos 70 e inicio dos anos 80 entre a relação do pequeno vídeo e do grande cinema.

Godard- é proposta uma reflexão a obra d Godard, que problematizou com tanta insistência e profundidade a mutação das imagens. Um cinema de vanguarda rompendo regras,questionando os movimentos e as imagens.Interferindo nos sons e nas imagens, redefinindo as relações de representação do espaço, dos corpos, da palavra e trazendo questionamentos.O vídeo transformaria Godard,tornou-se um instrumento vital e cotidiano – imagem – memória – história.

Para Godard o vídeo representa um modo de “imagens” o vídeo em todas as suas formas e em todos seus estados. Vídeo é o instrumento essencial do movimento “cinema exposição”, ele coloca novas questões na imagem e na arte.

Referências:

http://8super8.blogspot.com/2007/11/biografia-jean-luc-godard.html- acesso em 08.05.2011

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Luc_Godard-acesso em 08.05.2011

http://rioscope.com.br/website/article.php3?id_article=186 – acesso em 08.05.2011

http://feaznar.multiply.com/journal/item/152/Entrevista_Philippe_Dubois - acesso em 08.05.2011



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