sexta-feira, 20 de maio de 2011

Relatos de Professores

Apreciação crítica sobre relatos de professores encontrados no site do Instituto Arte na Escola.
Uma apreciação crítica de relato-Arte na Escola...

Muito interessante os relatos. Cada um com suas particularidades.Interessante também este nosso trabalho de análise, para que possamos nos “rever” ou nos “identificar” em alguma situações.
Li alguns e escolhi, “A mulher através da arte”, da autoria de Cecília Auxiliadora Bedeschi de Camargo, com alunos de 1ª ao 5ª ano.
O tema é muito interessante, e já foi elemento de projeto que realizamos com ensino médio em outros tempos. Fui amparada com o Livro, “A Imagem da Mulher”, um estudo de arte brasileira,de Cristina Costa, que me auxiliou na delimitação do tema fazendo um leitura na arte brasileira, as expressões dos movimentos da arte do ponto de vista histórico e as mudanças sociais que contextualizavam estes movimentos e suas implicações.Foram alguns meses de estudo e pesquisa da figura feminina que representou e foi representada pela arte brasileira, ao mesmo tempo que o assunto era perpassado por questões atuais do mundo do trabalho, feminismos e comportamentos.A arte nos proporcionou a desconstrução de preconceitos e estereótipos . Realizamos um grande seminário “Rosa”, ironizando a condição da mulher em algumas situações, com as produções feitas pelos alunos, de alguns modelos de diferentes épocas na história da arte.
No relato da professora Cecília, percebemos os objetivos claros e a consciência de propor uma leitura além das datas comemorativas que “permeiam” nossas escolas como ervas daninhas. O objeto “mulher” também propõe, mesmo em turmas com crianças menores ,importantes “rodas de conversa” como a professora oportunizou.Foi contemplado os fazeres, a fruição e a contextualização no projeto,percebido ao longo do relato.Um processo de escuta, bem desenvolvido, quando a professora conta sobre “observar”,sobre” desenhar”para ver qual o tipo de mulher faz parte do repertório dos alunos, quando ela reconstrói a mulher na história da arte nos diversos âmbitos.Percebe as “conversas” dos meninos e poderá então mediar as conversas,identifica os mitos e propõe alternativas ,ouvindo nas “rodas de conversa” e depois questionando, pois são crianças pequenas.Atitudes pertinentes de reconstrução, nas questões da inclusão ,são tratadas de forma sutil, o que acredito ser mais eficiente na construções com os pequenos.A idéia de realizar a leitura das imagens partindo de questões referentes a obra, antes da biografia do autor , penso ser de fundamental importância para desenvolver um olhar autônomo, e a professora Cecília oportuniza estas situações , trazendo “pequenas” biografias sempre após o processo do leitor.A proposta de uma linha do tempo sem linearidade, com contraponto de comparações , penso que estimula as crianças ao contexto, pois ela “termina” com a mulher da pré história.Outro ponto interessante, foi o uso de outras linguagens de leitura como a dança, e o teatro, além das visuais.Proposta de trabalhos individuais e coletivos também são muito positivos, especialmente com as crianças, o processo de avaliação constante conforme o relato e as habilidades e competências que devem fazer parte de nossos planos de estudo atuais, também estão explícitas.
A professora avalia o trabalho como positivo na relação com os alunos, e coloca-se também como “aprendente”, situação de muita importância em todo processo de ensino aprendizagem.
O que eu mudaria? Talvez especificasse mais os detalhes das ações com os bem pequenos como o 1º ano que possuem uma “certa” distância de habilidades e compressão dos alunos maiores como o 5º ano. Quem sabe usaria alguns poemas, quem sabe algumas composições musicais feitas por mulheres ou que falem de mulheres.Enfim ,somos leitores e portanto ,os relatos demandam particularidades e intenções que talvez não tenhamos percebido.Achei o projeto interessante e acho que contempla muitas situações para ampliação do repertório imagético das crianças apreciação das produções individuais e dos colegas, além de ser significativo na escola e com as mães dos alunos para desconstruir modelos de mulheres equivocados, talvez.

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